O Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque é o maior Parque Nacional do Brasil e uma das maiores áreas de floresta tropical protegidas do mundo, com uma área aproximada de 3.867.000 ha.
Esta Unidade de Conservação (UC) encontra-se numa porção da Floresta Amazônica bem peculiar, com características únicas e ainda pouco conhecidas, localizada na região conhecida como Escudo das Guianas, ao noroeste do Estado do Amapá, abrangendo parte dos municípios de Oiapoque, Calçoene, Pedra Branca do Amapari, Serra do Navio e Laranjal do Jari; além de uma pequena porção do município de Almeirim, no Estado do Pará.
O principal objetivo desta área é a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, que possibilitem a realização de pesquisas científicas, o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico, que contribuam com a melhoria da qualidade de vida das populações de seu entorno.
Desde 2002, quando foi criado o Parque Nacional, vários estudos vêm sendo realizados para o levantamento de dados que fundamentem o seu Plano de Manejo, que é o documento básico que orienta a gestão e o manejo da área. Atualmente este plano está em sua fase final e a previsão é que até o fim de 2009 ele seja concluído. A partir daí será possível começar a desenvolver atividades hoje limitadas, como o turismo ecológico.
Principais atrativos
Dentre os atrativos que o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque apresenta destacam-se, sem dúvida, a sua biodiversidade e as paisagens preservadas de Floresta Amazônica. Alguns de seus rios apresentam corredeiras e cachoeiras de beleza ímpar, como o rio Anotaiê, trechos do rio Oiapoque e do rio Jari, onde está a Cachoeira do Desespero, ou Macacoara em língua indígena, que possui um desnível de cerca de 15 metros. Outro atrativo, presente no nome desta UC, são os afloramentos rochosos com elevação média, podendo chegar a até 650 metros, que compõem três blocos de serras na região: a Serra Lombarda (porção leste da UC), a Serra Uassipein (na porção central) e a Serra Tumucumaque (a oeste, na fronteira entre Brasil, Guiana Francesa e Suriname), acessíveis apenas através de sobrevôos.
O acesso ao Parque pode ser feito por duas vias principais, ambas fluviais. A partir da cidade de Serra do Navio, que está a aproximadamente 200 km da capital do Amapá, Macapá, e a 90 km dos limites do Parque, subindo o rio Amapari e ainda pela cidade de Oiapoque, ao norte do estado na fronteira com a Guiana Francesa, distante 550 km de Macapá e, de lá, subindo por mais 40 km pelo rio Oiapoque.
As comunidades
Apesar de seu interior praticamente desabitado, diferentes comunidades humanas localizam-se na área de entorno do Parque Nacional: os assentamentos agrícolas ao longo da Rodovia Perimetral-Norte (BR-210) e da região do Lourenço, onde se encontra um garimpo ainda ativo. Há uma comunidade inserida na UC junto ao Rio Oiapoque, a Vila Brasil, que mantém estreitas relações sociais e comerciais com a Guiana Francesa. Populações indígenas habitam as terras indígenas adjacentes ou próximas do Parque (TI Wajãpi, TI do Tumucumaque e Paru d’Este), reunindo etnias Wajãpi (também presentes nas terras franco-guianenses junto ao Rio Oiapoque), Apalay, Wayana, Tiriyós e Katxuyana.
Tem-se buscado investir no envolvimento das comunidades de entorno, assim como de outras instituições do poder público e da sociedade civil, no compartilhamento da gestão do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque. O meio encontrado para concretizar este envolvimento tem sido o Conselho Gestor, instância legal da gestão das unidades de conservação, que existe desde 2005 neste Parque Nacional. Esta postura tem o objetivo de aproximar e gerar parcerias com entidades que estão relacionadas com a UC, além de garantir que seus interesses e expectativas sejam equacionados aos objetivos desta área protegida, num processo de amadurecimento para uma gestão participativa.
Curiosidade:
O nome Tumucumaque parece ser originário das denominações Tumurucurague ou Tumucurague, compreendendo a região das cabeceiras dos rios Branco e Essequibo (Roraima e República da Guyana, respectivamente). O termo acabou sendo adotado para designar a serra do divisor de águas entre as bacias amazônica e atlântico-caribenha, marcando também o limite das terras de domínio espanhol. O deslocamento do nome até a atual região do Tumucumaque, na qual ele apenas aparece a partir do século XIX, esteve associado ao mito do El Dorado, fazendo referência às terras ainda desconhecidas.
Fonte: Alexandre Brito
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